O patrono da sede e, por
extensão, de todo o Agrupamento é José de Elias Garcia. Nasceu em Cacilhas em 31
de Dezembro de 1830. Curiosamente, é em Cacilhas, com apenas dois anos e meio de
idade que se dá um dos acontecimentos porventura mais marcantes da sua vida: em
23 de Julho de 1833 seu pai, José de Elias Garcia, chefe das oficinas do Arsenal
da Marinha, revolucionário liberal, perseguido e preso pelos absolutistas
aguardava a hora de ser conduzido à forca, quando se deu a vitória das tropas
liberais sobre as miguelistas aquarteladas na Cova da Piedade. Porém, só no dia
seguinte, com a entrada do Duque da Terceira e a libertação de Lisboa, consegue
fugir da prisão do Limoeiro e correr a abraçar e beijar a mulher e o filho que,
em Cacilhas, ignoravam a sua sorte.
Elias Garcia, político,
jornalista, professor, coronel de engenharia e grão mestre da Maçonaria,
desempenhou um papel fundamental na divulgação e luta pelos ideais liberais e
republicanos, fundando e colaborando em diversos jornais republicanos como "O
Trabalho", "O Jornal de Lisboa" e "Democracia Portuguesa" onde, pela primeira
vez, foi publicado o primeiro programa republicano.
Presidente e vereador da Câmara
Municipal de Lisboa, entre outros contributos importantes na área do ensino,
instituiu o ensino da ginástica e de canto coral nas
escolas e criou as bibliotecas populares.
Não menos importante foi o seu
papel na maçonaria portuguesa, de que foi grão-mestre, tendo contribuído para a
fusão das corporações maçónicas portuguesas e para a clarificação do seu papel
na sociedade portuguesa.
José Elias Garcia morreu em 1891,
com 60 anos de idade, pobre, tendo sacrificado todo o seu dinheiro em defesa dos
seus ideais, quer ajudando o partido republicano, quer financiando o "Democracia
Portuguesa", jornal por ele fundado e que muito acarinhou, tendo constituído um
espaço privilegiado de divulgação dos ideais republicanos e
democráticos.
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